Reproduzindo via Spotify Reproduzindo via YouTube
Saltar para vídeo do YouTube

Carregando o player...

Scrobble do Spotify?

Conecte a conta do Spotify à conta da Last.fm e faça o scrobble de tudo o que você ouve, seja em qualquer app para Spotify, dispositivo ou plataforma.

Conectar ao Spotify

Descartar

Não quer ver anúncios? Atualize agora

O que eu vi do Lollapalooza Brasil 2013

E OK, lá vem a famigerada review do Lollapalooza Brasil 2013. Só que não é uma review, na verdade. Como não tenho nem de longe o dom de ser capaz de escrever uma review decente, é algo bem mais como 'O que eu vi do Lolla e consigo relatar'. E bem do meu jeito, é longo.

O resumo, para quem não tem vontade de ler tudo: Organização terrível. Shows ótimos, mas atrapalhados pela estrutura ruim. Vi mais de uma banda irritada com os equipamentos. O som do palco eletrônico muitas vezes se misturava ao do palco Butantã. Muito desrespeito aos frequentadores, muitos funcionários despreparados para lidar com a multidão. No último dia, na minha frente negaram água aos frequentadores. ÁGUA. Essas pessoas pagaram caro para estar lá e não tinham direito nem mesmo ao mínimo de dignidade. Sobre a lama, grande reclamação dos frequentadores: lama é OK, desde que não esteja misturada com esterco, o que foi o caso nesse festival. E alguns espaços estavam absurdamente escuros, atrapalhando a locomoção e criando armadilhas para quem queria ir de um palco a outro. Pelo menos as bandas tentaram muito dar ao público o show que todos esperavam. E o público fez bonito: cantou junto, animou, não desistiu. Meus parabéns a artistas e frequentadores, vocês fizeram o Lollapalooza Brasil 2013 ser legal, ao contrário da organização do evento.

Para começo de conversa ('O que? Ainda não começou?' se pergunta o pobre leitor), devo dizer que três bandas para mim, divididas nos três dias, eram as MINHAS bandas principais. Felizmente nenhuma era headliner (explico o felizmente: quanto mais tarde sua banda tocar, maior será seu sofrimento na espera dela. E quanto mais tarde, mais gente estará ali. Sim, sou egoísta nesse nível, podem me julgar). As três bandas em questão eram: Cake no primeiro dia, Franz Ferdinand no segundo, e Kaiser Chiefs no último (e nesse dia, ainda tinha The Hives como um grande bônus, já que gosto bastante dessa banda e ao vivo eles são sempre sensacionais). Dito isto, evidentemente minha escolha de shows foi baseada nestas três bandas principais.

1º dia: 29/03
O que eu vi: Of Monsters and Men, Cake, The Flaming Lips

http://www.youtube.com/watch?v=AKrODonTFYg
(O vídeo acima dá uma excelente idéia do que foi a apresentação do Cake, tanto nos pontos positivos quanto nos negativos)

O primeiro dia do Lolla foi tranquilo, mesmo tendo chovido na parte da tarde (particularmente na apresentação do Of Monsters and Men). Como sou preguiçosa e já imaginava que o primeiro dia seria sossegado, fui só na parte da tarde e cheguei durante as preparações do palco para o Of Monsters and Men, que eu não conhecia e curti. Show bem animado e divertido. Gostei particularmente da vocalista, que agitou bem o público.
E depois veio o Cake. O vocalista John McCrea agradeceu aos brasileiros por não terem esquecido deles (estiveram pela última vez aqui em 2005) e fez um show basicamente para os fãs, com músicas menos conhecidas escolhidas aparentemente na hora e muita conversa. Para animar o povo, John chegou a dividir a platéia entre os mais animados e os mais tranquilos e incentivou cada uma das partes a cantar trechos de Sick of You mais alto que a outra. Para alegria da galera, de I Will Survive em adiante foi praticamente um hit após o outro. Um show adorável, mas que provavelmente agradou mais os que já conheciam a banda.
E depois, no palco principal (Cidade Jardim), se apresentava o The Flaming Lips. Um show bastante diferente dos demais, com um som mais difícil de se processar, e um foco muito grande no espetáculo, com muitas luzes e cores, além da interpretação do vocalista Wayne Coyne. A antítese total do Cake que eu acabara de ver. Acho que não sei ainda totalmente como me sinto em relação ao que vi e ouvi dessa banda, que passa além do meu estilo.

2º dia: 30/03
O que eu vi: Tomahawk (muito, muito pouco, nem posso opinar, embora o som parecia ótimo), Franz Ferdinand. Queria ver ainda Graforréia Xilarmônica, mas o horário não permitiu.

http://www.youtube.com/watch?v=SuJbbmibCn4

Já confesso: fui nesse dia exclusivamente para ver Franz, mesmo já tendo visto os escoceses no ano anterior no CIF. E Alex Kapranos e sua trupe não me decepcionaram de novo. Achei uma sacada genial misturarem músicas novas e antigas para não cair no mesmo erro do Cake: um show quase que exclusivamente para fãs. A banda foi prejudicada pelo som do palco, mas mesmo assim não desistiram. Teve quem não se animou ainda assim (senti que o público cantou mais no CIF), mas no final com This Fire não houve quem não rendesse ao charme dos escoceses. Ainda assim, o melhor momento para mim foi em Outsiders, com toda a banda num solo de bateria.

3º dia: 31/03
O que eu vi: Vivendo do Ócio, Foals, Kaiser Chiefs, The Hives

http://www.youtube.com/watch?v=pne0N-c50wM

Mas que banda sensacional a brasileira Vivendo do Ócio, que abriu o último dia no palco Butantã! Não conhecia e me apaixonei ali, com direito a uma fantástica mistura de rock com os repentistas Caju & Castanha. Foi tudo muito bom, a platéia se animou e mesmo não sabendo as letras, todo mundo tentou cantar junto. A banda falou sobre a necessidade de espaço para artistas brasileiros em festivais e agradeceu a presença do público, mesmo sabendo que eram desconhecidos para uma boa parte ali. Uma grande banda, com muito carisma e um som excelente.
A seguir vieram os "fofinhos" do Foals, que eu não conhecia. O som foi legal e achei a banda interessante, e haviam muitos fãs ali esperando muito por esse show e cantando junto animadamente, com direito a alguns soltando balões - infelizmente não sei qual seria o significado do gesto - e uma bandeira do Brasil sendo jogada ao palco e graciosamente recolhida por um dos membros.
Em seguida, os ingleses do Kaiser Chiefs, mesmo tendo perdido o baterista recentemente (o substituto já estava ali presente), estavam dispostos a abalar o Jockey Club. E que show! Para mim, o melhor do festival. O vocalista Ricky Wilson, animadíssimo, arriscou algumas palavras em português (agradeceu por ter sido convidado por São Paulo para 'sua festa'), pulou, correu sem parar, escalou e se pendurou em todas as estruturas que encontrou e não satisfeito com tudo isso, ainda foi para o meio do público e para permitir que o público mais longe conseguisse vê-lo e ouvi-lo, escalou uma estrutura no fundo e cantou de lá do alto. Tudo isso, claro, enquanto cantava os maiores sucessos da banda acompanhado pelo público ensandecido gritando todos os versos. Não houve nenhuma pausa para as gargantas: os ingleses não pararam um minuto e ainda apresentaram músicas novas. Um show memorável.
E como se não bastasse tudo isso, corremos para mais um show que tinha garantia de ser sensacional: The Hives, claro. Como já era esperado, Pelle Almqvist e sua turma arrasaram e levantaram o público que aguardava o Pearl Jam com doses extremas de carisma e com uma música sensacional após a outra. No caso deste show confesso que ouvi bem mais que vi, já que, derrotada por três dias de festival e a frenética apresentação do Kaiser Chiefs, assisti sentada na grama próximo ao palco Cidade Jardim. Se eu que estava sentada e acabada e mais ouvi que vi achei sensacional, imagina a platéia que pulava com toda a energia próximo ao palco.
Como bônus (e ainda precisava de mais?), ouvi ainda uma inspirada versão de Samba Makossa, do Chico Science, apresentada ali pelo Planet Hemp.

E podem me xingar, mas não vi nenhum headliner em nenhum dia, e particularmente, apesar dos problemas de organização, saí de lá muito satisfeita com os artistas que vi. O meu show? Kaiser Chiefs, claro. Até porque bater Ricky Wilson em shows é tarefa muito difícil.

Não quer ver anúncios? Atualize agora

API Calls